De acordo com o engenheiro Diego Mendes, o curto-circuito da estação gerou uma explosão capaz de iluminar boa parte da cidade com a cor azul. O clarão foi visto por volta das 20h. Há quem diga que chegou a ouvir um barulho, semelhante a um trovão, após o céu mudar de cor.
A explosão na estação interrompeu a produção de 100% de água, pelo menos 700 mil teresinenses ficaram sem água.
A população de Teresina foi buscar água de poços tubulares em ginásios e parques da capital para abastecerem suas casas.
No bairro Buenos Aires, zona Norte, uma fila quilométrica foi formada em um campo de futebol. No local, há um poço tubular com mais de 100 metros de profundidade. Claudionei Ferreira, administrador do campo, informou que a entrega de água para a população foi autorizada. "Se não fosse isso aqui, muita gente estava morrendo de sede", declarou.
Não muito longe dali, no Parque da Cidade, moradores de bairros como Primavera, Risoleta Neves e Água Mineral fizeram fila para buscar água. O padeiro José de Ribamar dos Santos Sousa, 38 anos, disse ter caminhado cerca de um quilômetro até achar um local onde pudesse carregar seus baldes. "Tá um sufoco. A única água que encontramos foi a do Parque da Cidade", disse.
Moradores do bairro Mafuá estão indo até o Cidade Nova com baldes na cabeça em busca da água do chafariz próximo a uma creche.
A Estação de Tratamento de Água da Agespisa recomeçou, por volta da meia noite desta quarta (17), a produção de água. Técnicos da Eletrobras e da Agespisa ainda trabalham para colocar o sistema na perfeita normalidade.
O presidente da Agespisa, Raimundo Neto, confirmou no início da manhã de hoje (18), que nos bairros mais próximos à ETA como centro e nas partes mais baixas da zona sul (menos a Vila Irmã Dulce, que é mais alto) o abastecimento já foi normalizado e nos bairros mais altos (regiões sudeste e em bairros como o Planalto Uruguai) a água vai chegar até o final da tarde.
A demora é por conta do reabastecimento dos reservatórios, que foram esvaziados durante todo o dia de ontem por conta do consumo.
Em entrevista ao Notícia da Manhã, Raimundo Neto reconheceu o erro e pediu desculpas.
"Reconhecemos nossa responsabilidade e pedimos desculpas. Realmente não tinha como prever um acidente como esse. Estamos com quase 30 horas de trabalho e agradecer a Eletrobras, sem eles não conseguiríamos fazer esse reparo em tempo recorde", afirmou.
Investigação
O presidente reafirmou ainda que irá investigar a possibilidade de sabotagem no equipamento de energia. Segundo ele, a equipe tirou fotos para documentar o estado em que ficou a subestação porque há realmente a possibilidade.
"Não quero tratar desse assunto agora. Mas existe a possibilidade e nós tiramos fotos. Vamos investigar", disse.
